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Profª. Drª. Ana Carolina do Nascimento Alves
Cuidados com o Paciente Idoso
Entenda quais são os cuidados necessários aos cães e gatos idosos
Antes de começar a explicar quais cuidados devem ser tomados com estes pacientes, devemos entender a idade em que estes são considerados idosos. Para os cães, a idade é a partir dos 5 a 8 anos, e varia muito com o porte (tamanho e raça) do animal. Já para os gatos, a partir dos 7 anos de idade os cuidados devem ser redobrados. Conforme a idade avança, os animais tornam-se mais suscetíveis a desenvolverem doenças, sendo as principais:
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Problemas ortopédicos: são mais comuns em cães de grande porte. O agravamento pode comprometer a locomoção e a qualidade de vida do animal.
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Alterações cardíacas: estão presentes tanto em cães quanto em gatos. Os principais sinais clínicos incluem intolerância ao exercício físico, tosse e respiração ofegante.
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Disfunções cognitivas: podem ser comparadas ao Alzheimer humano. Os animais possuem alterações de comportamento, apresentando-se mais distantes, lentos, e esquecem a rotina e o treinamento que receberam ao longo do tempo.
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Insuficiência renal e doença renal crônica: os rins perdem a capacidade funcional de filtração.
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Artrite: inflamação nas articulações ósseas, com possível dificuldade de movimentação e dor.
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Bico de papagaio (osteofitose): alteração na coluna vertebral, na qual o animal poderá apresentar dificuldades em pular e subir em lugares altos, dor e até perder a coordenação de membros pélvicos (grau mais grave da doença).
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Perda de dentes: decorrente do acúmulo de tártaro pela má higienização dos dentes.
Visto que pacientes idosos podem desenvolver doenças relacionadas à idade, recomendamos o check-up anual a fim de identificá-las de maneira precoce antes mesmo das manifestações clínicas. Dentre os cuidados que estes animais devem ter, listamos aqui 6 deles:
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Cuidado com os dentes: a placa de tártaro é um foco de inflamação e infecção e essas bactérias podem atingir diversos sistemas no corpo levando a infecções secundárias.
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Cuidado com os intestinos: além de ser o órgão responsável pela absorção de nutrientes, está ligado à imunidade do animal, tendo ainda mais importância para seu bem estar.
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Alimentação de qualidade: monitorar e tomar cuidado com a alimentação do seu animal idoso é de extrema importância já que a esta altura da vida, em alguns casos, seu organismo não possui a mesma capacidade metabólica de quando era jovem, e as necessidades nutricionais passam a ser outras. Assim, o acompanhamento nutricional balanceado e com suplementação adequada diminui as chances da instalação de uma futura disbiose e desnutrição.
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Vermifugação: a vermifugação é um procedimento realizado desde o animal filhote até o adulto, como forma de tratar o desenvolvimento de parasitas no organismo do animal, ainda que também deva ser administrado como controle, de maneira rotineira, seguindo a recomendação do médico veterinário para cada animal. Vale ressaltar que para o animal idoso, é importante atentar-se ao uso de medicamentos excessivos a fim de não sobrecarregar seu organismo, e o médico veterinário levará isso em consideração.
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Protocolo vacinal: o ideal é realizar testes de titulação de anticorpos para avaliar a real necessidade da vacinação, porém muitas vezes não é um cenário viável. Portanto, o protocolo vacinal informado pelo médico veterinário deve ser seguido de maneira adequada e pode variar para cada animal específico, sem deixar que este animal fique imunossuprimido. Assim, os protocolos são elaborados seguindo a aplicação de todas as vacinas e com intervalos de doses corretos.
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Prática de exercícios físicos e controle do peso ideal: assim como nos humanos, a prática de atividade física é uma alternativa de manter o corpo mais saudável e a mente do animal sadia. O paciente idoso tem um ritmo diferente dos animais jovens, por isso, caminhadas e passeios mais tranquilos são mais indicados nesses casos. Vale lembrar que, além do bem estar psicológico, exercícios físicos contribuem para diminuir o sobrepeso dos animais idosos, uma vez que, por conta das debilidades de movimento, gastam menos energia e podem ganhar peso, predispondo à obesidade.
Dessa maneira, é possível entender que o animal idoso é um companheiro e um paciente especial, que possui características e cuidados diferentes a serem tomados. Assim, tendo conhecimento dos principais pontos a serem atentados é possivel garantir uma longevidade maior ao seu animal, certificando um bem estar de qualidade para esse companheiro que já te acompanhou por muitos anos!
(Texto desenvolvido pela EMVEP Jr. da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos - USP)